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Channel: THI ka NÁ no Canadá
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3 meses by Thiago

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Então, pessoal depois de muito enrolar, decidi colocar o meu primeiro post comemorando nosso 3º mês de Canadá. Bom, vou passar algumas impressões que estamos tendo desde que chegamos aqui – dia 18 de maio de 2008.

Primeiramente queria dizer que está valendo muito a pena. Quando saímos do Brasil ficamos com o coração apertado, quando deixamos as pessoas que nós amamos para trás ( é o Thiago mesmo quem ta escrevendo viu, às vezes tenho sentimentos também :-).






Bom, no começo é tudo muito novo, ficamos maravilhados nos primeiros dias pois tivemos o prazer de ficar na casa dos nossos amigos Eduardo, Gi e Gabi que nos acolheram maravilhosamente e moram num bairro excelente que graças a Deus, também conseguimos alugar um apto no mesmo lugar. O bairro é bem residencial com um centro comercial bem grande, bem perto, com 3 grandes supermercados, 3 bancos, grandes magazines tipo a Cassol de Curitiba (mas com muita mais “coisarada”) e um cinema com umas 30 salas (muito boa por sinal, fomos assistir um 3D lá esses dias)



As coisas aqui são até bem baratas se comparado com o Brasil, principalmente eletrodomésticos, móveis, etc. Exemplo, pagamos num forninho elétrico da BlackDecker CA$30,00 (30 dólares canadenses que no caso esta quase 1 pra 1 com o americano), no Brasil esse mesmo forninho não sairia por menos de R$200,00. As coisas são mais práticas. Em questão de comida, algumas coisas são mais caras mas outras são mais baratas, assim uma coisa compensa a outra.




Quanto as pessoas, achamos pessoas muito gentis e solícitas, principalmente do lado francês. Mas claro, isso não é regra, acredito que é muito normal. Pra quem é de Curitiba, o jeito do Canadense se parece muito, são um pouco fechadas ou reservadas, mas nada além do normal. Existem imigrantes de tudo quanto é lugar, chineses, africanos (principalmente dos países que falam Frances), indianos, árabes, europeus, colombianos (esses são uma raça a parte, pois os imigrantes que vem pra cá não são necessariamente só imigrantes qualificados como o processo que fizemos, existe um programa para refugiados também e por causa das Farc, tem muito colombiano vindo para cá, mas pelo que eu vi tem muito falso refugiado falsificando papelada). Engraçado, que todo mundo acaba se inserindo de algum jeito na sociedade. O Canadense é um povo com menos preconceito que eu já vi. A gente vê muito deficiente na rua, pois eles não ficam escondido em casa e tem acesso a tudo e são bem aceitos.




Outra coisa que chamou a nossa atenção é que o governo parece até Socialista, ele não deixa ninguém ficar rico ou passar fome. O pessoal paga muito imposto aqui, acho que chega perto do Brasil, mas tudo é retornado (se vc tiver filho então, todo mês vc recebe cheques do governo federal e provincial pra te ajudar). Não faz grande diferença se você ganha 50.000,00 ou 100.000,00 por ano. O governo ajuda todo mundo, se você não tiver trabalho, ele da quase 1000,00 por mês pra vc pagar as despesas, fora um monte de ONG que ajuda dando comida de graça. Alguns acabam se aproveitando, e passam a vida inteira à custa do governo. Existem problemas aqui também, tem viciados em drogas aqui, que como recebem dinheiro do governo, não precisam roubar, por isso a violência é muito baixa.

Em relação a trabalho também não existe nenhum preconceito, um pedreiro aqui (ou melhor, carpinteiro, pois as casas são tudo feito de madeira e gesso) ganha mais que uma pessoa que passou 20 anos estudando na escola. Por isso eles são expertos, e fazem um monte de curso secundário e pós-secundário profissionalizantes para preencher as vagas. Por isso, também, pra você trabalhar em determinada área você tem que estudar bem especificamente o que exige a profissão. Não tem aquela de exigirem de você uma faculdade de administração para ser auxiliar de escritório. Outra coisa interessante é que não tem preconceito com idade nos trabalhos, você vê muita velhinha trabalhando, por exemplo, no McDonald’s ou Wal Mart. Tanto que você não deve colocar nenhuma informação de idade, ou outra coisa particular no seu currículo.

Falando de trabalho, faz um mês que estou trabalhando. Nem acreditei que tivesse tanta sorte (nem tinha completado 2 meses a já tinha sido contratado, pois às vezes demora pra arrumar alguma coisa e nem sempre é na sua área. A gente fica mais de um mês ajeitando as coisas (alugar apto, compras as coisas, fazer milhões de documentos, correr atrás de um monte de coisa). Então nem tinha me ajeitado direito recebi na lista de email dos Brasileiros que moram aqui na região, uma vaga para trabalhar na Nokia e exigiam português. Como trabalhava na TIM e tinha experiência com soluções de mobilidade, nem pestanejei e acabei mandando meu currículo, ele se encaixava direitinho com as exigências da vaga. No dia seguinte um cara me ligou, só que em 1 semana fiz umas 3 entrevista, teste escrito, entrevista por telefone, e em 2 semanas tinha sido contratado. Detalhe que a vaga para falar português já tinha sido preenchida, acabei, então, entrando para dar suporte em inglês mesmo. O salário não é maravilhoso, mas é bem razoável (da pra sustentar a patroa e a casa). Explicando melhor o que eu faço é o seguinte: trabalho numa área que se chama GTAC (Global Technical Assistance Center), é uma área de suporte avançado, onde damos suporte principalmente para as operadoras de celular e grandes empresas que possuem uma solução chamada Intellisync, que é um serviço para gerenciamento de informações entre os sistemas das empresas e dispositivos móveis, quem tiver mais curiosidade pode dar uma olhada nesse site: http://www.nokiaforbusiness.com/ . Tem um parte chata é que eu trabalho de madrugada, já que a área funciona 24 horas por 7 dias da semana, aí atendo mais os clientes da Ásia, Oceania e Europa, outra coisa que sou ainda terceirizado (isso é muito comum aqui), mas normalmente depois de 6 meses a 1 ano eles acabam efetivando como funcionário da Nokia. O bom de trabalhar de madrugada é que é mais calmo, ganha 15% a mais, e trabalha 4 noites e folga 3, o que acaba dando quase 4 dias de folga. Ah, e é meio longe para os padrões daqui (demoro uns 25 minutos de carro), a distância é como se eu morasse no Bacacheri e trabalhasse no Xaxim mas sem trânsito para chegar.





Falando em trânsito, aqui é muito bom nesse quesito, a maioria dos motoristas são comportados, as leis e limites são muito mais coerentes, assim fica mais fácil de cumpri-las. Eu que era todo louco no trânsito, aqui eu ando super tranqüilo, passeando. Respeitam muito os pedestres e ciclistas (o que tem muito, pois a cidade tem ciclovia pra tudo quanto é lado). Quanto a cidade de Gatineau, onde moramos, estamos gostando muito, ela fica do lado Francês, mas se atravessarmos o rio você está no centro de Ottawa, capital do Canadá. A cidade de Gatineau é do tamanho de Ponta Grossa, e Ottawa é mais o menos do tamanho de Floripa ( na questão de população). A cidade é cheio de parques, tem muito verde aqui. O lazer deles no final de semana é ir ao parque (não ao shopping). Falando em shopping não tem muitos e não são muito grandes, a maioria do comércio fica em centros comerciais bem ao estilo americano. Estacionamentos gigantes, com lojas gigantes especializadas em tudo quanto é coisa.






Carro aqui é muito barato, você compra um carro aqui completo e potente com muito pouco dinheiro, e além de muita facilidade nas formas de pagamento (para quem acabou de chegar e não tem histórico isso não vale). O único problema é que ninguém cuida de carro, as casas têm garagem, mas como elas ficam cheias de ferramentas e quinquilharias e não tem roubo de carro, todo mundo deixa o carro pra fora, no tempo. Eles enferrujam fácil também por causa da neve e sal que eles usam para deretê-la. O pessoal está desesperado com o preço da gasolina que está custando CA$1,20, que ainda é barato se comparado com o Brasil. Há 1 ano acho que era quase metade do preço. Outra coisa interessante é que, agora que é verão, as cidades estão cheias de obras e por causa do inverno as ruas racham bastante.

Em relação a clima, chegamos antes do início do verão, tava entre 12 e 20 graus. Aí começou a esquentar ate que alguns dias passou dos 30. Mas depois começou a chover e variar muito a temperatura. O pessoal daqui falou que o verão está estranho, pois normalmente é quente e constante. Agora a prova de fogo vai ser o frio do inverno, que mais um mês e meio deve começar a esfriar e no final de novembro a nevar. A expectativa é grande.
Idioma, bom, isso é um caso a parte. No começo a gente passa o maior aperto, principalmente em francês. Mas depois a gente vai se virando e perdendo a vergonha de errar. No trabalho ainda sofro um pouco com o inglês, mas até que estou me virando bem (pelo menos no escrito). Entender o pessoal no trabalho é muito tranqüilo, o problema é ligação dos europeus (ingleses, finlandeses, alemães), aí é um caso a parte. Depois de um mês estou começando a me sentir um pouco mais seguro. Espero daqui um ano estar afiado. A Ná começou fazer a francisação essa semana, acho que vai ser uma boa só estudar o idioma. Claro que vai muito da pessoa se dedicar para poder aprender mais rápido.

Amigos, tivemos muita sorte também de ter conhecido muito brasileiro que, como nós, largaram as suas profissões e se aventuraram. Os desbravadores ajudaram muito a gente, dando muita dica e falando como devíamos fazer as coisas. Sem eles teríamos sofrido bastante. Agora eles são a nossa família. O bom que todo mundo está no mesmo barco e tem a mesma cabeça que a gente, aí deu para fazer um grupinho de + ou – umas 30 pessoas, que são muito legais. Temos até blog comunitário agora :-) graças ao Eduardo.

Voltando no tema do trabalho, esqueci de dizer, para algumas profissões é muito tranqüilo. O pessoal aqui não é nem um workaholic. A hora do rush aqui ( como se tivesse congestionamento) é 4:00, 4:30 da tarde. Todo mundo já está em casa por volta das 5:00. Aqui, o negócio é primar pela qualidade de vida. Vemos muita gente passeando, caminhando, correndo e andando de bicicleta no final da tarde.



Bom pessoal, gostaríamos de agradecer a todos que estão torcendo pela gente, agradecer a Deus por nos ter acompanhado nos momentos bons e ruins e dizer que as portas estão abertas para quem quiser nos visitar. Pra quem quiser falar por telefone conosco é só pegar o meu telefone (de Curitiba) com a minha mãe, isso mesmo, nada como as facilidades da modernidade. Tenho um número de Curitiba que a ligação vem parar aqui no aparelho telefônico na nossa casa no Canadá. A ligação pra vocês é local, não se preocupem!


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